Profª Hévila e alunos do 1ºA e 2ºB do CEOMG

Gostaria de parabenizar a professora Hévila Maynart e os alunos do  1º ano A e 2º ano B, Ensino Médio, turno matutino, do Colégio Estadual Octacílio Manoel Gomes, em Ubaitaba-BA, por seu excelente projeto e pelo estudo da obra "As Dores da Seca", pelo comprometimento e dedicação. O que têm sido também, demonstrado através dos comentários aqui postados. 

Fico honrada em ter meu livro estudado por vocês que não enfrentam as vicissitudes da seca, porém a compreendem com o coração o que, felizmente, seus olhos não precisam presenciar.

Este ano, em especial, nós do sertão baiano, estamos enfrentando a pior seca dos últimos 40 anos. E por aqui, mais uma vez nos deparamos com “Severino e Filó” e com uma “vida Severina”.

Tem sido um prazer ler o que vocês têm escrito.

Espero ter a oportunidade e o privilégio de conhecê-los pessoalmente.

Abraços fraternos.

Atenciosamente,

Terezinha Teixeira Santos

Lua Cheia

A noite calma dormia
Nos braços da lua cheia
Que iluminava a terra
E espelhava o mar.

No meio de um profundo silêncio
Só uma voz se ouvia
Eram as ondas rasgando o mar
Enquanto a noite calma dormia.

Dedos de espumas brancas subiam
Apontando para o céu estrelado,
O mar ficava mais lindo
E o luar mais prateado.

As águas num constante vai e vem
Banhavam com carinho a areia,
Cantavam, pulavam, corriam,
Naquela noite de lua cheia.

Guanambi - BA, janeiro de 2002

In "Elogios à Vida" p. 29

By Terezinha Teixeira Santos
Imagem: Google

Voz do Amor

No cimo de uma montanha,
Pai e filho passeavam
Contemplando as belezas
Que do alto avistavam.

Vendo tantas maravilhas,
O jovem se emocionou,
Pisando em lugar inseguro
Caiu e se machucou.

Na ânsia da grande dor,
Gritava para se aliviar
Quando escuta uma voz
Repetindo em algum lugar,

Espantoso e confuso
Procura decifrar
De onde vinha a sua voz
E começa a perguntar:

Quem é você?
Em que lugar está?

Abraçando o velho pai,
Pede uma explicação.
O homem disse: Meu filho,
Eu vou gritar e você preste atenção.

Assim fez o homem
"Eu te amo"
E a voz responde:
"Eu te amo"

O jovem olha para o pai
E demonstra medo e aflição.

Insiste, meu pai,
Qual o mistério dessa repetição?

O homem com calma 
Tenta explicar:
"Chamam isto de eco
Mas eu posso afirmar
Que é a voz de Deus
Conjugando o verbo amar

Guanambi - BA, Janeiro de 2000

In "Elogios à Vida", pp. 95 e 96

By Terezinha Teixeira Santos
Imagem: Google

Minha Rosa Menina

No jardim da minha vida
Algo marcante aconteceu:
Na roseira mais querida
Uma linda rosa nasceu.

Não contive a emoção
Quando a rosa eu avistei,
Pertinho do meu coração
A rosa menina eu afaguei.

Tão meiga e tão mimosa
É a minha rosa menina,
De todas a mais perfumosa, 
De todas a mais pequenina.

Bendita, bendita dádiva divina
Que veio alegrar minha velhice
Ana Júlia minha rosa menina
Essência de inocência e meiguice.

Guanambi -BA, março de 2001.
In  "Elogios à Vida" p. 66

By Terezinha Teixeira Santos
Imagens: Google

Quimera

O dia amanheceu
Claro e quente.
O mar rolava em direção da praia
No  seu rítmo perfeito e insistente.

As ondas subiam...
Avolumavam.
As espumas brancas... 
Borbulhavam.

Em bando as gaivotas voavam
No azul do céu.
Tudo formava
Um lindo cenário
Que produzia Paz.

E no acontecer de cada cena,
Um majestoso espetáculo
A natureza apresentava.
Diante de tanta beleza,
Minhas vistas ofuscaram,
E meus olhos levemente fecharam.

E na profundeza do meu pensamento,
Juro que vi você
Passeando entre as brancas nuvens 
Do firmamento.

Guanambi - BA, abril de 1999

In " Elogios à Vida", p. 28.

By Terezinha Teixeira Santos

Imagens: Google

Entardecer

O sol vai se declinando
Deixando um clarão de saudade,
São lembranças que permanecem vivas 
Da minha áurea mocidade.

Debruçada na janela do tempo
Minha alma repleta de emoção,
Acende lembranças adormecidas
Na profundeza do meu coração.

São velhas recordações
Que o tempo não apagaram,
Quando penso que foram embora
Saudosas lembranças ficaram.

Guanambi - BA, maio de 2002

In "Elogios à Vida, p. 20

By Terezinha Teixeira Santos
Imagens: Google

Florescer

Trabalhar e estudar

só se aprende

com o verbo amar.

Amar é cultivar a terra

Amar é cultivar a mente

É semear ideias férteis

como se semeia, na cova

aberta, a semente.

É irrigar o broto no solo seco

É irrigar o pensamento

Pouco, muito,

Ontem, hoje,

Não importa o tempo.

Não tarda

A árvore cresce

E novo poeta floresce.

Na vida são os reversos

O semeador colhe o fruto,

torna-se um poeta, e faz versos.

Guanambi-BA, novembro de 2001

In "Elogios à Vida", p. 51

By Terezinha Teixeira Santos

Imagens: Google

Súplica

Oh! Deus!, não permita
Que gestos de humilhações
E os desencantos da vida
Desfaçam os meus sonhos de emoções;

Que os ventos da competição
Não apaguem,
Da minha estrela, o brilho;
Que o calor do egoísmo
Não murche,
A flor que cativo.
Aquela que perfuma e enfeita
O meu pobre coração;

Que a música que me embala,
Não cesse sua melodia;
Que o barco que navego
Não naufrague,
Por falta de alegria.

Guanambi-BA, março de 1999

In Elogios à Vida, p.53

By Terezinha Teixeira Santos

Imagem: Google